Uma nova forma de lidar com as angústias.







Assim como você, eu tenho meus medos e minhas inseguranças:  todos nós temos. Essas coisas causam uma angústia no nosso dia, atrapalhando a tomada de decisões por medo de fracassar: isto se dá pela maneira que lidamos com os nossos problemas e a importância que damos a eles.

  Todas as nossas angústias são como que sombras: elas vêm e vão. Para ser uma pessoa de sucesso, devemos superar os medos para correr atrás dos nossos sonhos: isso é muito mais fácil de dizer, do que fazer. Temos uma grande ansiedade com o futuro, com as suas infinitas possibilidades, pelo o medo de fracassar: deixamos a nossa estabilidade atual ser uma prisão, prostituimos os nossos sonhos por migalhas e por fim vivemos uma vida que não nos agrada. 


 Em um momento decisivo da minha vida estes pensamentos tentaram me dominar, porém em um perfeito ato de insanidade e loucura me lembrei de algo: “Eu sou um mortal, irei morrer: nada mudará este destino… Se eu fracassar, não importa: pois morrerei de qualquer jeito”, então gargalhei longamente e todos os problemas se tornaram insignificantes. A morte é o medo maior de quase todos nós, porém aceitar ela nos traz uma liberdade absoluta: aceitar ela como ela é. Ao longo do texto irei lhe demonstrar uma maneira de usar a morte para lidar com suas angústias.


 

Memento Mori



Memento mori é uma expressão do latim que significa: “lembre-se que vai morrer” ou “lembre-se que é mortal”. Ela é muito usada por artistas para demonstrar que o seu tempo aqui pode acabar a qualquer momento, suas representações são as mais diversas: caveira em quadros e até mesmo a própria morte. Eles nos lembravam disto, para não perdemos nosso tempo com coisas insignificantes e sem valor: nos dedicarmos apenas aquilo que realmente importa.

  A todo momento somos expostos a situações em que nossa vida pode chegar ao fim: em 2019 31.945 pessoas morreram no trânsito; 236.201 morreram na pandemia de Covid 19² no Brasil e  mais  289 mil pessoas morreram de doenças cardiovasculares em 2019 no Brasil³. A  todo momento podemos encontrar a morte na  próxima esquina, não somos tão imortais quanto pensamos: acreditar que vamos viver para sempre ou que isso só acontece com os outros, é um erro. Alguns pensam que são protagonistas cósmicos: onde o universo escreve as suas histórias e que no fim tudo ficará bem… Eu acredito que todas essas pessoas que morreram também pensavam desta forma. No fim os fatores aleatórios regem a nossa vida e tudo em instantes acaba.


   Temos a falsa noção que controlamos a nossa vida, porém eventos aleatórios podem simplesmente nos matar e fazer com que a vida acabe em simples instante. Por causa disto lembre-se da sua mortalidade, lembre-se que aquele café da manhã é único e nunca mais poderá tomar outro; nunca mais poderá abraçar alguém que ama e  nunca mais  poderá  atingir os seus sonhos.  Percebemos que dinheiro, não compra mais tempo; carro de luxo, não volta no tempo: quando não temos mais tempo… No fim a vida é um jogo, porém seu final é um Game Over. 


 Para nos consolar disto, os homens acreditam no pós vida: assim podem viver as suas vidas na esperança de um lugar melhor. Essas ideologias estupram o ser, tornando ele escravo de seus medos e assim se submetendo a todo o tipo de coisas para lhe livrar da morte.  Assim se contentam com uma vida medíocre, matem os seus medos intactos, pois uma força superior irá lhe abençoar no  além: pobres coitados.


 Lembrar da sua mortalidade é: aproveitar a vida sem medo, viver cada momento intensamente… pois no fim: vida são momentos! Há momentos bons e momentos ruins, todos eles passam, permanece igual para sempre: estamos em constante mudança. O tempo é o nosso item de maior valor: não há um passado, pois o passado está morto; não há um futuro, pois no futuro você estará morto, o que nos resta é viver o aqui e o agora.



  O que  é a Morte?



 Tudo muda, tudo se transforma: nada permanece igual, a todo momento morremos pois mudamos: a  morte é mudança!  O mesmo corpo do qual eu acordei, não é  mesmo corpo que estou agora: no café da manhã, ele ganhou massa e mais energia que não estavam lá antes; a sua mente não é a mesma mente do início do texto, pois ela se abriu para um nova ideia e então mudou… A todo o momento estamos em constante transformação, não permanecemos o mesmo, pois sempre estamos morrendo. A morte vista desta forma deixa de ter aquela  máscara negra dos velhos tempos, passa a ser uma força da natureza: uma agente maior de transformação.


  Se observamos ativamente as coisas ao nosso redor, rapidamente iremos perceber que a nossa existência depende da morte de outros seres: na próxima vez que comer um alimento, lembre-se que uma vida animal ou vegetal foi tirada para manter você vivo. Quando por fim a sua morte chegar, o seu corpo irá ser devolvido a terra, então seus nutrientes serão decompostos  e alimentarão as plantas. Todos os seres estão neste fluxo de mudança, estando conectados: imagine estando em uma ilha, agora pense que esta ilha à milhares de anos estava submersa e que milhares de anos depois ela voltará a este estado.  Nós somos uns, imergidos em  um todo, juntos (todas as coisas) formam esse todo que chamamos de universo, cada um sendo uma parte ordena e dentro de si possuindo um universo infinito: esta é a beleza que chamamos de vida.



A busca da Felicidade



  Todos nós buscamos essa felicidade, mas muitos nunca encontram: não há uma fórmula certa para a felicidade e que me faz feliz hoje, amanhã  não  me fará. O professor Clóvis de Barros Filho, em sua palestra “A vida que vale a pena ser vivida", usa o exemplo da pamonha: “você está morrendo de fome, passa por uma pamonharia e começa a salivar. você come a primeira pamonha: ela é suculenta e deliciosa, então acredita erroneamente que pamonha igual a felicidade, então compra a segunda pamonha, mas ela não é tão saborosa assim. Você realmente acredita que a pamonha  lhe traz felicidade, felicidade é comer pamonha e continua assim à comer.. na décima primeira, já está na privada e quase morrendo com uma profunda diarreia, então entra em um dilema: a mesma pamonha que lhe trouxe felicidade, agora está prestes a lhe matar”.


  Isso é  muito simples de entender: ao comer a primeira pamonha você morreu, não sendo o mesmo que irá comer a segunda. A todo momento estamos mudando, com isso: aquilo que lhe fez feliz ontem, não lhe fará feliz hoje. Aceitar estas mudanças como parte de quem é, se torna essencial para acabar com a sua angústia, pois elas nascem de um medo de mudar. Aceitar mudança é essencial para uma vida feliz, pois somente assim estará em sintonia  consigo mesmo, um ser atemporal e entender cada mudança como parte de você, ao invés de se fixar a uma imagem sobre que é: “Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante”- Raul Seixas


Método para lidar com as suas angústias





Como o prometido vou lhe dá um método para lidar com as suas angústias diárias, em três passos:

  1.  Memento Mori: quando você lembra que vai morrer, tudo se torna insignificante. 

  2. Aceite a mudança: para percorrer o caminho que queremos precisamos aceitar as mudanças e seus riscos. Porém não fique ansioso neste momento, pois lembre-se que vai morrer independente de qualquer escolha que tome, o fim é sempre o mesmo: a morte.

  3. Metamorfose: Por você sempre está sempre mudando, aquilo que lhe faz feliz hoje não lhe fará feliz  amanhã, então permita a você mesmo dizer o contrário de tudo aquilo que pensou ontem e não se limite a nenhuma imagem sobre si.



Referências:

  1. https://www.portaldotransito.com.br/estatisticas/#:~:text=Em%202019%20ocorreram%2031.945%20mortes,e%2084%25%20do%20sexo%20masculino.

  2. https://g.co/kgs/NG8DmU

  3. https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2019-09/mais-de-289-mil-pessoas-morreram-de-doencas-cardiovasculares-em-2019

  4. A vida que vale a pena ser vivida: https://youtu.be/WUw71Uiyaqo

  5. Raul Seixas: https://youtu.be/CmB4sfoZkwo

 

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